terça-feira, 27 de setembro de 2011

A vida e a morte de um soutien

Hoje deitei fora o meu soutien favorito, marcou uma etapa de mudança.

Foi o primeiro soutien bonito que comprei.

Não era um soutien qualquer. Celebrei nele a mulher que sou, que deseja, que ama, que se ama. Que se aprendeu a amar com aquele soutien. E isso não é coisa pouca. Ao amar o meu corpo descobri nele outras vozes. No meu, um corpo urgente, que sente, se ressente, sensível, aos estímulos do tacto e da mente.

Nesse amor descobri-me pela primeira vez completa. É o lado sensual que melhor exprime as ligações entre o corpo e a alma, nunca o eu é tão inteiro como nessa celebração.
É no sexo que estamos mais completos, quando o corpo fala com a mesma eloquência que o espírito.
Não consigo deixar de admirar, mesmo venerar, este lado. O proibido, primitivo. Tenho para mim que quanto mais primitivo mais verdadeiro, menos refinado e educado, espontâneo. E admiro essa verdade como se admiram as coisas impossíveis.


Às vezes tem de ser assim, por muito significado que as coisas tenham, por muito que as tenhamos adorado, às vezes, estão simplesmente demasiado usadas, gastas, cansadas de ser tanto.



p.s.: não foi hoje, foi há uns dias, mas o querido blogger não me permitiu publicar mais cedo.